KaosArte

O Pasto da Koltura do KaosInTheGarden

Saturday, March 18, 2006

Que me perdoem os que vão ler estas inconfidências

Que me perdoem os que vão ler estas inconfidências
Escritas num à toa que vai reflectindo
Nos espelhos das palavras-espelho
Em que me vou revelando
Surpreendendo-me a mim mesma
Nas palavras sem pintura
Palavras cansadas de rotina
Que mesmo quando se desejam fugidias
Resvalam para paisagens rotineiras
Donde jamais desejo afastar-me
Ainda que anseie por outras saídas…

Mas quando morrer
Vou deixar pistas
Como passos na areia
Que um qualquer mar apagará
Por isso as palavras podem não ter peso
E as ideias voláteis
Transformarem-se em meras frases sem nexo
Um dia fora do texto
Sem sentido sentidas
Um dia dentro do contexto
Serão então as mesmas palavras
Traduzidas numa outra realidade
Tão outras
Tão fora deste tempo
Que só palavras um dia sentidas
Poderão talvez fazer sentir
Numa mesma dor uma alegria
Que o amor iluminou
O espírito levado às alturas da imaginação
Que voa.

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